sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Os tributários e a química


Ressaca, Sarandi e Água Funda são áreas de intensa ocupação humana. Ambos tributários sofrem de alguns pontos de contaminação. Os pontos de maior contaminação são os pontos de entradas de esgotos dos municipios de Belo Horizonte e Contagem.

Segundo Motta (2000), a eutrofização é caracterizada pelo aumento da biomassa de fitoplâncton e outras plantas aquáticas devido a um grande acúmulo de nutrientes inorgânicos, principalmente o fósforo, carreado para o lago pelos esgotos não tratados que são despejados nos tributários nos córregos Ressaca, Sarandi e Água Funda.

O fosfato presente em ecossistemas aquáticos pode ter fontes naturais ou artificiais. De forma natural, o fósforo pode ser liberado dos minerais primários das rochas da bacia de drenagem. Já as principais fontes artificiais são os esgotos domésticos e industriais, fertilizantes agrícolas e material presente na atmosfera (Gráfico 1: anexo).

Os sólidos se referem à matéria em suspensão ou dissolvida na água (Gráfico 2: anexo).

O aumento da concentração da matéria orgânica, e conseqüentemente a sua decomposição microbiana, contribui na diminuição do oxigênio dissolvido na água. Então, é esperado que ambientes mais eutrofizados tenham uma menor concentração de oxigênio dissolvido (Gráfico 3: anexo).

Para Motta (2000), o pH é a medida da concentração de íons dissociados H+ e OH- . Águas ácidas apresentam uma maior concentração de íons H+ e águas alcalinas apresentam uma maior concentração de íons e OH-. Ele pode ser considerado uma das variáveis ambientais mais importantes e ao mesmo tempo uma das mais difíceis de interpretar devido ao grande número de fatores que podem influenciá-lo (Gráfico 4: anexo).

As principais fontes de contaminação dos recursos hídricos da Bacia são a precária infra-estrutura de saneamento e a disposição inadequada de resíduos sólidos (aterros) e líquidos (postos de serviço e oficinas). Também é importante a rede de esgoto que apresenta fugas de difícil identificação. São fontes dispersas por toda a Bacia, principalmente nas áreas urbanas e industriais.
Os estudos feitos demonstraram que o fator de umidade da alface cultivada em sedimentos da Lagoa da Pampulha é menor que o da cultivada em terra vegetal. O desenvolvimento no sedimento também é bastante inferior. Isto é um indício que a população provavelmente não utiliza o local de descarte destes sedimentos para plantio de alface, e talvez nem de hortigranjeiros (produtos de hortas).
A análise de diferentes solos mostrou que os valores encontrados tanto para a terra vegetal quanto para os sedimentos são menores ou iguais aos encontrados em outros solos e sedimentos, inclusive os utilizados internacionalmente como materiais de referência, o que permite afirmar que os sedimentos coletados não apresentam um nível significativo de contaminação.
É importante lembrar, entretanto, que a umidade da alface é menor, o que implica em maior densidade e, conseqüentemente, maior concentração de minerais. Comparando-se os valores encontrados para a alface com a IDR (Instituto de Desenvolvimento Regional) percebe-se que, exceto para o Co, a ingestão média de alface por dia, que é 50g, não representaria risco.
Tendo em vista estes resultados, conclui-se que a remoção dos sedimentos depositados na Lagoa da Pampulha e seu despejo em áreas de bota-fora não implicarão necessariamente em risco para a população local no que se refere à biodisponibilidade de metais nestes sedimentos.

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